quarta-feira, 19 de junho de 2013


Dólar fecha acima de R$ 2,20 e alcança nova máxima em 4 anos

Moeda subiu forte com perspectiva menos riscos para crescimento dos EUA.
Dólar subiu 1,94%, a R$ 2,2205.


Após uma manhã instável, o dólar fechou em alta, acima de R$ 2,20 nesta quarta-feira (19), depois que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, decidiu manter o ritmo mensal de compras de ativos mas afirmou que os riscos para o crescimento da maior economia do mundo caíram nos últimos meses. Foi a quarta sessão consecutiva de alta e não houve atuação do Banco Central.
A moeda norte-americana subiu 1,94%, a R$ 2,2205, alcançando o maior valor desde abril de 2009, quando ficou em R$ 2,221. Também foi a maior alta diária desde dezembro de 2011. Veja cotação
Na semana, o dólar acumula alta de 3,37% e no mês, 3,65%. No ano, a valorização da moeda é de 8,6%.
Pouco antes da decisão do Fed, a divisa dos EUA operava em queda, e chegou a ser cotada a R$ 2,1675 na mínima da sessão.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 3,9 bilhões. Nestes quatro últimos pregões, o dólar acumulou alta de 4,08% sobre o real.
Após a decisão, o chairman do Fed disse que se as projeções econômicas vierem da maneira esperada, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) poderá reduzir o ritmo de compras de ativos neste ano. Ele disse ainda que se as projeções estiverem corretas, o programa será encerrado em meados do ano que vem.
"O Fed trouxe projeções mais positivas e, depois, o Bernanke sinalizou que o Fed está se aproximando do momento de reduzir o estímulo", disse o estrategista-chefe do banco WestLB, Luciano Rostagno. "Eu esperava que o Bernanke quisesse acalmar os ânimos do mercado sobre a redução das compras, mas ele indicou que o mercado está no caminho certo".
As declarações geraram turbulência nos mercados financeiros em todo o mundo e motivaram ampla valorização da moeda norte-americana, uma vez que a eventual redução das compras de bônus diminuirá a liquidez em todo o mundo.
Sem intervenção BC
O mercado já vinha se ajustando às expectativas de redução dos estímulos nos Estados Unidos há semanas, com altas seguidas do dólar ante o real e que trouxeram de volta as intervenções do BC, apesar de nesta quarta-feira, a autoridade monetária ter ficado de fora.

"Acho que o BC deve fazer alguma coisa esses dias, não deve ficar olhando a banda passar", afirmou o operador de câmbio da Advanced Corretora Reginaldo Siaca.
Analistas destacavam que a autoridade monetária brasileira pode adotar intervenções mais vigorosas, como leilões de dólares à vista ou a termo, ou mesmo o governo adotar mais medidas, como a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos externos de até um ano.
O BC tem atuado neste momento por meio de leilões de swap cambial tradicional -- equivalentes a venda de dólar no mercado futuro -- mas a ações não foram capazes de impedir que o dólar continuasse com sua tendência de alta. Só em maio, a divisa teve valorização de 7% sobre o real.
Na véspera, o presidente do BC brasileiro, Alexandre Tombini, havia reafirmado que a tendência do dólar no mundo era de apreciação, mas que o Brasil estava preparado para enfrentar "eventuais ventos contrários".

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