Ação pede o fim da BBOM e a devolução do dinheiro a associados
Empresa continuou a movimentar recursos mesmo após bloqueio, segundo nova decisão
O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) e
o Ministério Público de Goiás (MP-GO) pediram à Justiça que decrete a
dissolução da BBom e a devolução dinheiro investidos pelos cerca de 200 a
300 mil revendedores do negócio, acusado de ser uma pirâmide
financeira.
Em nota, a BBom informou estar ciente de desenvolver "uma atividade econômica lícita e regular" e que apresentará defesa contra os pedidos dos órgãos. Ao mesmo tempo, diz o texto, a empresa tentará derrubar a liminar (decisão temporária) que bloqueia suas atividades desde julho.
Rastreadores insuficientes
O pedido de dissolução da BBom e de devolução
das verbas foi feitos por meio de uma ação civil pública (ACP)
apresentada no fim da tarde de segunda-feira (5) à Justiça. O documento
propõe que sejam declarados nulos todos os contratos firmados pelas
empresas responsáveis pela marca – a Embrasystem e a BBrasil
organizações e métodos –, inclusive aqueles firmados pelos associados,
como são chamados os revendedores.
A BBom é apresentada por seus responsáveis como
um sistema de marketing multinível pelo qual são comercializados os
serviços de rastreamento de veículos e de pessoas prestados pela
Embrasystem. Os revendedores (associados) eram atraídos para a rede com a
promessa de lucros expressivos, e tinham de pagar taxas de adesão que
variam de R$ 600 a R$ 3 mil.
Para o MPF-GO e o MP-GO, porém, o negócio é uma
pirâmide financeira. Os lucros e bonificações prometidas aos associados
viriam das taxas de adesão, e não da venda dos serviços de
rastreamento.
Isso porque o negócio da empresa seria
invíavel. Segundo o texto da ação civil pública, a BBom vendeu 1 milhão
de rastreadores, mas adquiriu junto a fornecedores menos de 90 mil
aparelhos. O principal fornecedor, de acordo com o documento, ter
vendido 69.114 rastreadores à BBom.
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Novo congelamento
Em 10 de julho, a Justiça congelou as contas das empresas e dos sócios e, no dia 17, impediu que a BBom fizesse novos cadastros de associados ou cobrasse mensalidades. As decisões são da juíza Luciana Gheller, da 4ª Vara Federal de Goiânia.
Em novo despacho divulgado nesta terça-feira (6), entretanto, Luciana afirma ter recebido indícios de que "os associados continuaram a aderir ao sistema ou a pagar as mensalidades cobradas" e que "ativos financeiros continuam sendo movimentados pelos réus." Por esse motivo, uma nova determinação de bloqueio foi emitida.
A BBom é a segunda empresa a ser alvo de uma ação civil pública nesse teor. No início de julho, o Ministério Público do Acre (MP-AC) moveu um processo semelhante contra a Telexfree, que também está com as contas bloqueadas. A ação ainda não foi julgada .
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